sexta-feira, 9 de abril de 2010

Nem tudo que reluz é ouro

Não é porque o seu modelo de negócio é lucrativo/rentável atualmente que você pode assumir que ele é sustentável. Há muitos negócios nascendo e maturando nos dias de hoje, que não são rentáveis ainda, mas que estão se firmando com visão de longo prazo, ou seja, buscando a perenidade. Estes se perpetuarão e serão muito rentáveis e não somente isso, eles serão consistentemente rentáveis. Da mesma forma, há uma quantidade imensa de negócios rentáveis na atualidade, que geram inveja a muitos, mas que não se sustentarão no tempo. Desmoronarão, porque estão se construindo sobre o lixão da insanidade executiva. A primeira mudança no ambiente externo (ou até mesmo interno) à organização, mesmo que prevista e esperada, levará ao desmoronamento. Observe e fique de olhos bem abertos, porque as empresas insustentáveis seguem um padrão interessante de formação antes de ruírem: elas nascem sozinhas, pequenas, crescem porque são lucrativas no curto prazo, mas aí não se sustentam e se unem para sobreviver, virando uma grande comunidade por meio de aquisições e aquisições e aí ficam enormes, poderosas, aparentemente lucrativas e nem o governo consegue detê-las e elas transgridem todas as regras do bom senso. Exemplo de regras comumente transgredidas: o foco no cliente não é ético. O foco tem por objetivo sugá-lo ao máximo, até que eles morram de tanto comprar e não para mantê-los como compradores assíduos, sempre que eles (clientes) precisarem. As empresas esquecem que os clientes são pessoas, pensam e decidem de acordo com as necessidades deles (clientes) e quando percebem a explosão, reagem e se protegem. E os que assim não agem, morrem. De tal forma que deixam de ser clientes de qualquer modo. O "respeito" aos empregados (que agora os executivos insistem em chamar de colaboradores para mostrar que estão preocupados com esses stakeholders) tem por objetivo descobrir como manipulá-los para que eles possam produzir mais para as empresas. Esquecem o simples: os empregados são pessoas (antes de serem empregados, são pessoas pertencentes a uma sociedade), tem raciocínio e vida própria, logo pensam e se comportam da maneira como crêem mais conveniente para eles (funcionários) e não para agradar o empregador. Os que assim não fazem, ficam apáticos, infelizes e da mesma forma não produzem o que é esperado. E o planeta? Já está mais que provado que também tem vida própria. Quando quer, ele reage e abala tudo que está pela frente. Então, nem tudo que reluz é ouro, ou melhor, é sustentável.

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